Vidro estilhaçado
Os vidros grossos estilhaçados cobrem o chão da entrada
No café assaltado por uma chuva de portugalidade actual
E o mundo enregela e congela a consciência silenciada
Dos que em gabinetes aquecidos governam Portugal
Folhas amarelas doentes vermelhas do sangue colectivo
Gotas assertivas que não lavam nunca os passeios desertos
As copas que se vergam à fúria do vento furtivo
E os cães abandonados encharcados de destinos incertos
É um mundo frio cinzento dito realista
De uma realidade crua tendenciosa de matrizes
A realidade do condómino que apenas se avista
E a que se toca e dói no peito dos infelizes
Imagem de: www.sxc.hu.
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