Foz
O rio segue alongado
Como uma larga serpente
Que engole o tempo calado
E vai morrer no poente
Tudo estaca à passagem
Dessa energia contida
E estaca a própria paisagem
Cristalizada e dorida
Os barquinhos junto ao mar
As nuvens encasteladas
As aves sós a piar
E as folhagens douradas
Tudo cai no oceano
Nesse lento sorvedouro
De azul profundo, inumano
Gigantesco e imorredouro
E além da roda cadente,
Dos monstros engolidores
Há mais flores, nuvens, gente
E o aroma doce das flores
Imagem de: www.jokerartgallery.com (tela de Sousa Chantre).
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