quarta-feira, novembro 19, 2008

Jaz morto Sebastião

Porque não se pode viver à sombra de sonhos mal direccionados e de falsos profetas. Porque urge uma verdadeira cultura democrática que substitua eficazmente o populismo socialista niilista e a pesada hipoteca do nosso destino colectivo que acarreta. Porque não há fatalidades colectivas, salvo as que colectivamente fabricamos e somos levados a fabricar. Um poema anti-sebastianista e anti-mito do Quinto Império, sendo o Sebastianismo um dos factores que mais contribuiu e contribui para a miséria económica, moral e social deste país improvável, ultimamente transformado num campo de batalha ao serviço de interesses inconfessáveis.



Jaz morto o inepto em Alcácer-Quibir
Cavalos o pisam de um qualquer vizir
Na terra-madrasta onde o sol se apagou
É inverno pleno e o tempo estacou

Há, certas vezes, quem mal o aviste
Por entre a neblina de uma manhã triste
E assim se desfaz Sebastião de palha
Em chamas cantado pela maralha

Que inferno é este, fogo congelado,
Um auto de fé nunca terminado,
O lémure das cinzas sempre renascido
E o povo entre os mortos, cadáver esquecido?



Imagem de: www.americaslibrary.gov.
advertising
advertising Counter