segunda-feira, junho 02, 2008

Canta, canta rouxinol





Canta, canta rouxinol
Enquanto a vida sorri
Enquanto brilha esse sol
Esse sol que eu nunca vi

Face à tua melodia
Entoada com prazer
Agita-se a luz do dia
E o mundo inteiro a viver

Tentei cantar e calei
Engasguei-me nos meus fados
Sonhei a fama e rasguei
Os meus versos desgarrados

Canta, canta passarinho
Com a plumagem a brilhar
Que eu canto a vida sozinho
Sem ninguém para me escutar



Imagem de: www.wheatear.pwp.blueyonder.co.uk.

Pequena nota aos atentos à forma: Conforme terão reparado, esta é uma redondilha maior. Alguns de vós terão chegado ao último verso (Sem ninguém para me escutar) e terão embicado no para. Terão contado as sílabas assim: pa-ra. O que vai dar em oito sílabas. Errado. Na sequência do ritmo inculcado pelo conjunto dos versos anteriores e contando rapidamente as sílabas temos pra como resultado. Só que, como me soa mal ver pra escrito - e ainda pior p'ra, como alguns escreveriam - opto pela palavra que podemos encontrar no dicionário: para. Para ser lida com fluidez: pra. Acho que já terei feito opções semelhantes noutros poemas em que a forma é importante e perfeitamente definida. Em qualquer das situações e a escolher entre diferentes opções, tem que ganhar o bom senso.

8 Comments:

Blogger Rosi Gouvêa said...

Procuro dizer o que sinto
Sem pensar em que o sinto.
Procuro encostar as palavras à idéia
E não precisar dum corredor
Do pensamento para as palavras...

...Alberto Caeiro...

Fico muito feliz com sua visita!
Espero ver-te sempre por lá...
Sempre me encontrarás por aqui!

E deixo pra ti, meu desejo de um ótimo final de semana!!

Doces beijos

12:02 da manhã  
Blogger Jorge Simões said...

Eu é que agradeço a visita. Um bom fim de semana para ti também.

2:18 da tarde  
Blogger Digho said...

Jorge, na vida existem tantos momentos simples curtos mas muito valiosos.Do que adianta tê-los se não podemos descrevê-los nem relembrá-los?

Adorei seu blog, esse poema é lindo.O final dele me toca:

"Canta, canta passarinho
Com a plumagem a brilhar
Que eu canto a vida sozinho
Sem ninguém para me escutar"

Grande abraço!

7:42 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Fá-çá-tu-a-me-lo-di/a (sete sílabas, redondilha maior)

En-gas-guei-me-nos-meus-fa/dos (sete sílabas, redondilha maior)

Sem-nin-guém-pra-mes-cu/tar (seis sílabas, heróico quebrado)

Mas que sei eu? :-)

4:33 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ups, retiro o que disse... "tar" é a tónica, logo, também se conta.

Mas que sei eu? :-)

4:35 da tarde  
Blogger Jorge Simões said...

Lol (como soe dizer-se), caro Pedro! Com que então, lusitanamente na caça ao erro? ;) Mas "tar" é mesmo a tónica... Logo, redondilha maior. Abraço.

5:43 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

ai k expertinhos
:)
ó jorge, não me digas k tb gostas de aikus?

11:45 da tarde  
Blogger Jorge Simões said...

Cândida, não entendi o comentário... Aikus???

3:52 da manhã  

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