Duas musetas conversam
Duas musetas de cabelos ondulados,
Unhas vermelhas, rebrilhantes,
Pestanas compridas, recurvadas,
Dez dedos anelares, sorrisos curriculares...
Encontram-se uma mesa à minha frente
E escuto-as porque sempre escuto música, ruído, gente.
Porque estão elas sempre uma mesa à minha frente?
Usam pêlos nos casacos, carteiras em cores de acasalamento,
Vestuário fluído como as palavras fluentes:
- Talvez esteja errada, talvez não tenha razão,
Mas, para mim, é uma questão de conveniências!
Já a trisavó lhe teria ensinado a história das conveniências...
Entrança o cabelo de madeixas entre os dedos.
Algures na terra, alguma flor vai murchar...
- Sabes, no outro dia vi uma blusa fantástica!
- Ai, sim? E estava a bom preço?
Imagem de www.jackswersie.com.
Poema de Joaquim Camarinha
3 Comments:
Há pessoas que van pela vida superficialmente, lamentabelmente sao muitas, mais há outras lucidas, profundas que deixan huellas.
Um abraço
Futilidades;
Mas quantos de nós ñ temos dias assim?
Pois!
Enfim...
Um dia normal para duas musetas que se sentam na hora do tricot.
Abraços
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