Quando o poeta morreu
Quando o poeta morreu
Reuniram-se os amigos
E os familiares antigos
Na sala que o acolheu
Murmúrios entrecortados
E, fora, também o vento
Sob o céu baixo, cinzento
E filas de carros parados
Gargalhava alguém defronte
Pardais bicavam sementes
Gatos gemiam prementes
E Vénus surgiu no horizonte
No exterior da divisão
Escutei alguém conversar
E, com candura, indagar:
Poesia? Poesia por que razão?
Imagem: O peregrino sobre o mar de névoa, de Caspar David Friedrich (1818)
2 Comments:
Que bom que nosso poeta aqui segue vivo!
Abraços
Muito obrigado, Carlo. É bom ter algum retorno. Este poema não era tanto sobre um poeta qualquer, mas sim sobre o desconhecimento e incompreensão da poesia por parte de tanta gente (o que também acontece pelo facto de muita gente confundir poesia, uma criação estética, com um gemido mal trabalhado, quer a nível da palavra, quer a nível do sentido - e muitos poetas têm culpa nisso). Enfim... Uma vez mais, obrigado.
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