Apaga as luzes
Apaga as luzes devagar
Que os terroristas se vão deitar
Em espessos leitos de um morto mar
Cilícios negros secos de sal
E os anarquistas vão-se deitar
E os revoltosos vão-se deitar
E os piratas vão-se deitar
E os gananciosos vão-se deitar
E os violentos vão-se deitar
E os mentirosos vão-se deitar
E os ébrios loucos vão-se deitar
Apaga-as delicadamente
Que as silvas rudes se vão deitar
Em cravações por montes antigos
Onde a alcateia chega para uivar
E as supernovas vão-se deitar
E as brisas mornas vão-se deitar
E as horas mortas vão-se deitar
E os oceanos vão-se deitar
E as avezinhas vão-se deitar
E as oliveiras vão-se deitar
E os próprios anjos vão-se deitar
Apaga
E logo fecharei as persianas
Imagem de: Survivopedia
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