sexta-feira, abril 21, 2017

Os sonhadores do tempo



Certas pessoas sonham com o passado
Como quem sonha com manchas de cor
E eu sonho a dormir num mundo indolor
E vivo o presente bastante acordado

Não como saudade ou bebo nostalgia
Nem vejo fantasmas e auras fluidas
E sei que as neblinas das manhãs compridas
Nem exclamam respostas nem calam o dia

Hoje foi ontem e amanhã também
Quem chora ou ri ou sente autoimportância
É parte da sua pequena inconstância
Deus em causa própria, bebé de uma mãe

E é triste no riso e alegre no esgar
Que nunca se explica porque é igualmente
Manchas de cor, tempo impermanente
Sonhador incauto, estrela decadente
Acreditador que a vida inconsente
Filho menor do adjetivar

advertising
advertising Counter