Aos que se declaram "chocados" com o corte no subsídio de Natal
Uma pequena cantiga de escárnio moderna para os falsos chocados deste país. Tendo em conta a terra de ninguém em que nos transformaram com tantos anos de políticas ditas "sociais", aplaudo esta medida que, por uma vez, tão justamente pede o esforço de todos os portugueses e não apenas dos suspeitos do costume. Temporária se todos a quisermos e soubermos fazer temporária, trata-se de uma medida corajosa e de visão - contrariamente aos cortes habituais, facilitistas, de morte progressiva, certamente cobardes, destinados apenas a alguns.
Se me é permitido, sugiro, de igual modo, a criação mais que célere de um tribunal alargado destinado apenas a solucionar o cancro que, como tantos bem sabem, tem sido o conjunto enorme das empresas incompetentes e causadoras de uma terrível bola de neve de não pagamentos por produtos recebidos ou serviços prestados. Mortal para as empresas cumpridoras, para os seus funcionários, para a economia em geral e, numa palavra, para todos.
Chocado vai pelos montes
Por silvados e tojais
Espalhados pelos seus iguais
Que nos secaram as fontes
Mentiroso e tão seguro
Falso iludido, iludindo
Os poucos que o vão ouvindo
Finge existir no futuro
Inseguro e tão igual
Repete os gestos cansados
Dos que foram convidados
A fugir de Portugal
Chocado e tão humanista
Quer ser um malabarista
Que já poucos aguentam
Entre as bombas que rebentam
E entre os mações arrivistas
Nas chamas que lhe ardem nas vistas
Imagem de: http://dreamworldenigma.blogspot.com/
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