T1
Vejo um T1 à venda há anos
Através da vidraça divisória
E a Europa, outrora bela e com memória
Mendigando no mercado dos enganos
Tudo números, como o número desenhado
Desgastado na varanda do terceiro
E ouvimos na TV o dia inteiro
Falar num cinto estreito e apertado
A Hungria em bancarrota ameaçante
A Grécia perto da revolução
E os ecrãs enchem-se com a Selecção
Nesta terra tão bizarra de distante
Na Assembleia riem deputados
De ironias atiradas pelo ar
E tudo vai andando com vagar
Nesta terra flutuante de calados
Indiferem-me os feitos do passado
Não sonho com torres de cristal
Digam-me antes o que são o bem e o mal
E o que faz algum sentido aproximado
Na distante China jogam todos
Os neoliberais e a populaça
E enquanto alguns se afundam pela vidraça
Para outros o champanhe corre a rodos
Imagem de: http://poetryfoundation.org.
1 Comments:
Publicidade........................
Enviar um comentário
<< Home