A crise
A crise cai aos pedaços como uma cortina de fumo
Estampa-se estrondosamente, uma cortina de ferro
Amordaça as bocas mudas e os restos de consciência
Longe das propriedades, das cidades cor de rosa
O cheiro pútrido ao longe, divisórias perfumadas
Guardem-se bem os rebanhos no fundo dos seus ovis
Racionem-se os alimentos para o gado ruminante
Quando eurecam os profetas sorridentes, reunidos
Em torno de mesas fartas no interior de revistas
Em redor de consommés, aves raras, vinhos finos
É tão imenso o cansaço do bom latifundiário
Observando ao fim do dia a força do animal
O regresso agradecido e curvo do animal
À favela agigantada, um vírus, um cogumelo
A fortuna do animal isolado entre a família
Porque longe a aparência da panela da sopinha
Agradeçam aos Senhores a benção da existência
Resguardados pelas cortinas da mais completa insolência
Imagem de: www.pensler.com (tela Unemployed, de George Grosz).
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