Chuva
Tomba diariamente na calçada,
Lançada nas janelas e telhados,
No vento, em soluços estremunhados
E sentimo-nos baptizados de nada.
É um espírito informe, sacrossanto,
Que nos submerge em repetição
E como num acto de contrição
É, por si só, horror e pranto.
Deixem-me dormir o outono inteiro,
O inverno, junto ao borralheiro,
Em posição fetal, no desconforto,
Deixem-me fazer de morto
E aguardar que as águas que se escoam
Se separem como os pensamentos voam...
Imagem de www.mikeserieys.co.uk.
2 Comments:
Uma só palavra:
Magnífico!
Siempre vuelvo para sentir y vivir tu poesía.
Abrazos.
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