segunda-feira, junho 19, 2006

Elegia nº 4 (a Joaquim Camarinha)


Há moradas eternas como pirilampos,
Feitas não de mármore, mas de cor,
Anjos que pairam, invisíveis, sobre os campos,
Tão imateriais como é imaterial a dor...

Há palavras de fotões e o seu mistério,
Inspirações fugazes como o são os anos...
E há o silêncio em cada cemitério,
Presença santa que dispensa vaticanos.

Partiste cedo e à pressa... E porque não?
Sabias que só resta a estagnação
Nas vidas de quem as não escolhe.

De súbito, todo o futuro se encolhe...
Mas não há tempo. Percorres ainda a tua via,
Campo de etéreo, florido de poesia.


Imagem original de www.americatravelling.net.

1 Comments:

Blogger Maria P. said...

Lindíssimo, poeta que eu tanto admiro.
Beijinhos

8:58 da tarde  

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