terça-feira, março 15, 2016

Sempre


Sempre os mesmos gestos usuais...

A chave que abre também fecha.
O carro que arranca também para.
O teclado escreve como apaga.
O telemóvel fala e silencia.
A estrada suaviza e também chia.

Sempre os mesmos gestos usuais...

Falta algures o abraço do meu pai,
Da minha mãe o beijo, o olhar da minha avó,
O sol da eternidade imaginária
Tão certa que nem mesmo se imagina
A linha longa e certa dessa sina

Sempre os mesmos gestos usuais...
Reconfortantes - que se pedem mais.
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