domingo, outubro 16, 2011

Luxo, lixo, céu, inferno...


Há, neste mundo, ruas apertadas
Escuras, fétidas, sórdidas, fechadas
E recicladores de lixo imundo
À vista mas tão longe, mas tão fundo
Que turista algum jamais os vê
(salvo em reportagens da TV).
Certo dia, um desses miseráveis,
Na sua indumentária suja e reprovável
Feita de uma traparia inominável,
Rouba a vida a um desses colunáveis.
A polícia chega e impõe-lhe feridas.
O louco! Todas autoinflingidas...
E ei-lo, muito em breve, pendurado,
Um presunto esquecido e enterrado.
Os jornais, telejornais, contam a história
No seu modo tão breve e sem memória
E as pessoas comentam: "Certamente
Um está no céu, o outro num inferno intermitente".
Bom, não serei eu a duvidar...
O inferno existe e é para se calar.

Imagem de: www.ilo.org. 
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