Ascese
Ninguém percorre a mesma estrada que ninguém, centímetro algum que seja ou não, alheios universos tão intoxicados da fugaz opinião. Quem se pode afirmar mais, menos ou sublinhar, justificar atirar os deserdados à boca borbulhante dos infernos, a transgressão que outros carregam e a transgressão que nunca é e vive algures em abstracções que crê concreta a imaginação? Espelho, espelho, espelho, espelhos, confusão errante e delirante de ilusão! Exclamações lançadas no vazio sempre que há decalque sobre os outros em folhas de papéis de lustro! Como pode alguém falar de alguém, como pode alguém falar de si, de onde nasce o adjectivo em graus até inovadores, a palavra, o pensamento, o termo de incomparação, a criação da luz, da escuridão, onde mora tudo o que seria, o que não é, o que calhou e não calhou, quem ensina a castigar e a falsa caridade descarnada dos exemplos? Porque cada ser é os seus templos... E se Deus existe é tudo, e se Deus existe é mudo ou ignora ou não ignora ou recusa a presença científica e real a quem suplica. O que é o pecado, o que é o que é, o que é a ascese? Pensar ou não pensar? Em cada ser a sua própria diocese?
Imagem de: www.churchyears.net (tela de Salvador Dali).
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