Os sinos da minha aldeia
Os sinos da minha aldeia
Que nem mesmo aldeia é
Badalam uma melopeia
À Nossa Senhora da Fé
Badalam-na a cada hora
Com exactidão aparente
Nos dias frios de agora
Como nos de antigamente
Fazem-no com devoção
Num simples ritmo binário
Onomatopaicamente dlão
No meu cérebro imaginário
Nas manhãs de sol a pino
Enchem os ares com a canção
À Senhora e ao Menino
Em extensa repetição
Nas manhãs enevoadas
Soam largos, repartidos
Cruzando as vidas cansadas
E embatendo nos ouvidos
E os aldeões que o não são
Bocejam como o universo
Que é o deus de cada estação
E a Palavra em cada verso
Imagem de: www.whitbourne.org.uk.
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