quarta-feira, março 29, 2006

Bebop-bebop e dap-dee-dee


Invadem-nos os sons do jazz cantado,
E o piano agora,
Intromete-se o electro-pop do telemóvel,
E o André entra no ritmo da conversa,
E a vocalista diz que somewhere there's heaven,
E talvez já tenha a sua jazz band em heaven,
A place where nothing ever happens,
Não, nada jamais acontece em heaven,
Ou nunca ninguém voltou para contar,
Talvez seja, talvez, algum canto perdido
Algures entre New York e Washington
E toda a gente ama e odeia
As coisas americanas e as americanices,
Bebop, bebop, doo-bee-doo-doo,
Que diabo de idioma angélico é o da vocalista, afinal?
Acordei (uma vez mais) com uma dor de cabeça
E embora esse não seja um tema original
Não deixa, só por isso, de ser um clássico do
Boogie, boogie, boogie, boogie-dap-dee-da.
Como é que a bateria cabe inteira na minha cabeça?
Baterista, por favor, use as escovinhas
Que eu hei-de me ir deitar daqui a pouco...



Imagem de www.poster.net.

Poema de Joaquim Camarinha

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