domingo, abril 09, 2006

Os fumadores de haxixe

BAÚ DE MEMÓRIAS


Nestes dias estou, lamento informar, sem disponibilidade para escrever originais. Mas, como poemas não me faltam (e sem querer transmitir a impressão de que sou um sonetista), cá vai mais um que tirei à sorte do baú...



Estendem-se em largas redes ilusórias
Observando as auréolas subindo aos candeeiros
E, como insectos, volteiam dias inteiros
Em torno das faúlhas e memórias

E enquanto cresce e diminui o lume, lento
Como um coração a bombear tensões
Nascem-lhes sorrisos, vácuas expressões
Fogos do artifício que é o pensamento

Quebram-se fracções da recta temporal
Nos breves instantes que dura a ilusão
Dos corpos libertos da cela carnal

E ao esvaziar-se a ténue impressão
Do êxtase ultra-leve, quase irreal
Caem como aves em mansa solidão.


1 de Fevereiro de 2005



Imagem original de www.erowid.org.

1 Comments:

Blogger Lila Magritte said...

La ilusión de libertad es una trampa mortal como la vida misma.

2:41 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

advertising
advertising Counter