domingo, outubro 15, 2017

Feira Popular


Ninguém tem palavra-passe para a Feira Popular
Quer nos jardins do Palácio, quer nas folhas do Tintin
Porque todos estão já mortos nas perceções que pensamos
E todos se transformaram tal como os imaginamos
E tudo o que acreditamos nos chega digitalmente
Como este momento agora de quando é que foi que já foi
Saudade de ter saudade, termo apenas português
Porque os outros só existem fora do tempo e do fado
Essa canção nacional da saudade lisboeta
E pensam que tudo é Tejo e navegam rumo ao mar
E todos somos turistas nas naus de Vasco da Gama
E el-rei, no seu palácio, ergue-se iroso e proclama:
Todos para os calabouços ora feitos em poeira
E que paguem o bilhete da não existente feira

Imagem de: Porto, de Agostinho Rebelo da Costa aos nossos dias
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