Ausência da saudade
Não tenho saudades de nada
Nem do Verão, nem do Inverno
Da infância e da velhice
Do que algum dia eu já disse
Do céu mental, do inferno
Da vida futura e passada
Sinto como um filme a estrada
O sol em brilhos difusos
A chuva levada no vento
Os ritmos do crescimento
Os dias que passam confusos
Não tenho inveja de nada
Invejo só as aves talvez
Saltitando no relvado
Invejo-as com um sorriso
Vivem num paraíso
De memórias sem passado
Não devo ser português
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