Uma dama de rubro negro
Em tempos infinitamente além
Uma dama rubra de negro
vestida
Cruzou meu caminho, sempre eu
de partida
E, numa voz cava, falou muito bem
O seu discurso composto de
imagens
Colava-se às mentes dos pobres
mortais
Em calafrios quentes, sensuais
Que prometiam eternas viagens
Dizia: “Sou uma amante muito
ciosa
Que nunca abandona os seus
protegidos
E se, acaso, ficam desvalidos
Redobro o meu gozo, a aura
poderosa”
E eu perguntei, só por
desfastio:
“Ofereces um lar, uma luz
vibrante,
A felicidade mais do que um
instante?
Que amor ofereces mais do que
o vazio?”
Não se zangou, toda ela
controlo.
“Quem me desposa vive só para
mim
Porque sou o princípio, o meio
e o fim
E o único erro é o ouro do
tolo”
“Queres experimentar-me, assim
tu bem hajas,
Sem compromissos, pelo prazer
maior?”
E eu, para a afastar, olhando
em redor,
Respondi: "Lamento, não gosto de gajas"
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