quarta-feira, junho 25, 2014

Filipe


Partiste cedo e a 54 à hora
Numa motorizada quase sem um raio
Num quase triciclo quase inexistente
A caminho de uma feira onde venderás
Certamente uma pulseira a cada anjo.
Partiste noutro tempo já inimaginável
Num raio de luz intemporal
Bebendo cai-bens, bem humorado
Com o sorriso de calcorrear a liberdade…
Dizem que estavas anafado,
Que o stress te tinha roubado a vida,
Que reagias mal a quem te prevenia,
Que corrias, te enervavas, rabujavas…
Custa-me a entender como te podem ter mudado,
Os que mandam, orgulhosos, cães-polícias,
Os políticos em todas as aceções,
Os que mandam em todas as direções
Raios de Zeus podres como o Hades.
Eu vejo-te como então te via…
Entramos, agora, num pomar alheio,
Limpamos uma maçã à ganga coçada
De tempos tão diferentes, comestíveis
E, jovens, criamos cachimbos de cana,
De festa em festa quando o verão era verão,
Tendas de índios, explorações,
Mundos vastos, imaginações
E culminamos numa eterna gargalhada.

Imagem de: www.andorinhas.planetaclix.pt
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